15/08/2011

O Episcopado cristão no império Romano do século IV: Práticas cotidianas e ação política

O propósito deste trabalho é colocar em foco o cotidiano dos homens que constituíram o episcopado cristão no Império Romano do século IV e que se afirmaram enquanto autoridade temporal e espiritual na sociedade da época. Com este fim, abordamos a conjuntura que influenciou na construção e legitimação dos bispos como figuras centrais da Igreja e analisamos o perfil desses clérigos, suas práticas e relações.
Para tanto, utilizamos como documentação um conjunto de fontes de origem eclesiástica, como crônicas, epístolas e sermões.O bispo é, segundo Teja, a criação mais original do mundo antigo em sua etapa final e, talvez, o que melhor caracteriza a sociedade da Antiguidade tardia. Ele é uma junção de sacerdote, político, filósofo, jurista e retórico. Este perfil pode ser explicado pela origem social de um número considerável de bispos. Como membros das aristocracias urbanas, recebiam uma formação clássica, alguns possuíam riqueza familiar e, na tarefa de dirigir a sociedade do seu tempo, somavam ao status social as prerrogativas eclesiástica[1] Vários bispos estudaram retórica e exerceram funções públicas, antes, ou mesmo depois, de serem alçados à condição de clérigos. Basílio de Cesaréia e João Crisóstomo foram alunos de Libânio – um célebre retor pagão do século IV; Agostinho de Hipona foi mestre de retórica; e Ambrósio de Milão foi retor e exerceu cargo público. Eram os homens cultos das cidades e transformaram-se nos gestores da Igreja cristã. Em princípio, a eleição do bispo era uma prerrogativa do povo. Contudo, o clero local ou os bispos da província a exerceram livremente, em diversas ocasiões. A Igreja afirmava que o bispo era eleito por um juízo de Deus, que se manifestava por meio do sufrágio do povo, e que a sua posterior validação cabia à assembléia de bispos. Segundo Fox, essa concepção garantiu ao bispo uma distinção dentre os outros poderes do mundo antigo: ele assumia uma magistratura perpétua que o fazia chefe único e vitalício de sua comunidade, uma espécie de poder sagrado e monárquico, muito similar ao doImperador.[2] Para ler o texto completo, clique aqui

Fonte: Márcia Santos LEMOS UESB

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