23/08/2011

Silvestre I, 31 de Dezembro


S. Silvestre I e Constantino


Papa e Confessor (+ Roma, 335)

De acordo com o "Liber pontificalis" (ed. Duchesne, I, 170), era filho de um romano chamado Rufinus; segundo a lendária “Vita beati Sylvestri” sua mãe se chamava Justa. Após a morte de Miltiades (Melchiades), Silvestre foi feito bispo de Roma e ocupou o posto por 21 anos. Era a época de Constantino, o Grande, quando a posição pública da Igreja melhorou muito, uma mudança que certamente deve ter sido bastante divulgada em Roma; consequentemente, deve-se lamentar que haja tão pouca informação oficial a respeito do pontificado de Silvestre. Uma lenda antiga coloca-o em relações próximas com o primeiro imperador cristão, mas de um modo contrário aos fatos históricos. Estas lendas foram apresentadas principalmente na "Vita beati Sylvestri" (Duchesne, loc. cit., Introd., cix sq.), que foi publicada no oriente e preservada em grego, siríaco e latim na "Constitutum Sylvestri"— um relato apócrifo de um suposto concílio romano que pertence às  falsificações de Simanco e apareceram entre 501 e 508, e também nas “Donatio Constantini”. Os relatos desses escritos sobre a perseguição sofrida por Silvestre, a cura e o batismo de Constantino, o presente do imperador ao papa, os direitos garantidos à posteridade e o concílio de 275 em Roma são totalmente lendários.  O papa, entretanto, tomou parte nas negociações a respeito do arianismo e do Concílio de Nicéia e a expressão‘omooúsion estava provavelmente acordada com ele antes do Concílio. O pontífice também enviou legados para o primeiro concílio ecumênico. Todavia, não é certo se Constantino planejou de antemão com Silvestre a respeito da efetiva convocação do concílio, nem se havia uma confirmação papal sobre os decretos além das assinaturas dos legados do papa (cf. Funk in "Kirchengesch. Abhandlungen und Untersuchungen", I, 95, 501 sq.).

Durante o pontificado de Silvestre foram construídas as grandes igrejas iniciadas em Roma por Constantino, como a basílica e o batistério de Latrão nos arredores do antigo palácio imperial onde o Papa vivia, a Basílica do palácio Sessoriano (Santa Croce), a Igreja de São Pedro no Vaticano, e diversas igrejas em cemitérios sobre os túmulos de mártires. Não há dúvida de que o papa promoveu a construção dessas igrejas. A memória de Silvestre é particularmente ligada à Igreja de Equitius, que tem esse nome por causa de um presbítero romano que, segundo é contado, erigiu esta igreja em sua propriedade. Estava situada nos arredores das termas de Diocleciano e ainda existe. Partes da construção atual podem ser datadas do século quarto. Certamente o Papa contribuiu para o desenvolvimento da liturgia da Igreja em Roma. Além disso, durante seu reinado, provavelmente, foi redigido o primeiro martirológio dos mártires romanos. Silvestre também está ligado à fundação da escola romana de canto. Na Via Salaria construiu uma igreja sobre a catacumba de Priscila, ruínas que posteriormente foram descobertas. Foi enterrado nesta igreja. No"Depositio episcoporum", ou lista dos dias de falecimento dos bispos romanos, compilada por volta de um ano após a sua morte, sua festa celebra-se no dia 31 de dezembro. A mesma data é apresentada no “calendário” de Philocalus. Portanto, esse dia é, sem dúvida, o de seu sepultamento.

Fonte:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O INCENSO NA MISSA

POR QUE SE USA O INCENSO NA MISSA? A maioria de nós vê o incenso nas missas solenes, mas não sabe o seu significado. O “queimar” incenso ou ...