09/05/2013

Germano de Constantinopla


Patriarca de Constantinopla (715-30), nasceu em Constantinopla ao final do reinado do imperador Heracleo (610-41); morreu em 733 ou 740.

Filho de Justiniano, um patriciano, Germano dedicou seus serviços à Igreja e começou como clérigo na catedral de Metrópolis. Logo depois da morte de seu pai que havia ocupado vários altos cargos de oficial, pelas mãos do sobrinho de Herácleo, Germano se consagrou bispo de Chipre, o ano exato, porém, de sua elevação é desconhecido.

Segundo Theófanos e Niceforos, esteve presente na capacitação para o Sínodo de Constantinopla no ano de 712 com a insistência do novo imperador Philippicus, que era favorável ao Monotelismo. O objetivo do Concílio foi restabelecer o Monotelismo e condenar as Atas do Sexto Concílio Geral de 681. Germano é mencionado, inclusive, por haver torcido a vontade imperial, junto à maioria dos bispos gregos (Mansi, Conc. Coll., XII, 192-96).

Não obstante, imediatamente após o destronamento do imperador Philippicus (713), seu sucessor, Anastasio II, restaurou a ortodoxia, e o Monotelismo foi definitivamente eliminado do império Bizantino. Se Germano realmente se rendeu por um curto espaço de tempo aos falsos ensinamentos dos Monotelistas, ele reconheceria desta vez a definição ortodoxa das duas vontades de Cristo.

João, Patriarca de Constantinopla, apontado por Philippicus para suceder ao deposto Cyrus, enviaria ao Papa Constantino uma carta de submissão na qual aceitava a verdadeira doutrina da Igreja promulgada no Concílio de 681, com a qual foi reconhecido pelo Papa como Patriarca de Constantinopla. Após a morte de João, Germano foi elevado à sede patriarcal de Constantinopla (715) na qual se manteve até o ano de 730.

Imediatamente (715 o 716) convocou em Constantinopla um Sínodo de bispos gregos, que reconheceu e proclamou de novo a doutrina das duas vontades e as duas operações em Cristo, e colocou sob anátema Sergius, Cyrus e os outros líderes do Monotelismo. Germano entrou em comunicação com os armênios Monofisitas com os quais via sua restauração à união com a Igreja, porém, sem êxito.

Logo após a sua elevação à dignidade patriarcal, a tormenta iconoclasta explodiria diante da Igreja bizantina, Leão III, o Isauriano, se opôs à veneração das imagens, tão logo subiu ao trono imperial (716).

O bispo Constantino de Nacoleia en Phrygia, que como os outros bispos do imperador, condenaram a veneração de imagens (ícones) de Cristo e dos santos, foram a Constantinopla e entraram em discussão com Germano sobre o assunto. O Patriarca representou a Tradição da Igreja e intentou convencer Constantino das qualidades de reverenciar imagens. Aparentemente ele se converteu ante os ensinamentos do Patriarca, porém não enviou a carta encomendada a ele por Germano para o metropolitano de Synnada, pela qual foi excomungado. Ao mesmo tempo, o douto patriarca escreveu ao bispo Tomas de Claudiopolis, outro iconoclasta, e desenvolveu em detalhes as principais conotações, sublinhando a reverência às imagens como oposição às recentes inovações.

O imperador Leão III, não obstante, não cedeu em sua posição, e por todos os lados animou os iconoclastas. Numa erupção vulcânica entre as ilhas de Thera eTherasia ele viu o Juízo Divino pela idolatria às imagens, e um edito (726) explicou que as imagens cristãs tomaram o lugar de ídolos, e que os veneradores de imagens eram idólatras, já que, segundo a Lei de Deus, (Ex, xx, 4), a obra que as mãos produzem não pode ser objeto de adoração. Imediatamente depois, o primeiro distúrbio iconoclasto estourou em Constantinopla. O patriarca Germano se opôs vigorosamente ao imperador com o intento de fazer-lhe ver a verdade das coisas, com o qual Leão III tentou desonrá-lo. Germano dirigiu-se ao Papa Gregório II (729), que, em uma longa epístola elogiou seu trabalho e sua firmeza.

O imperador, em 730, convocou um Concílio antes que Germano fosse citado à subscrição de um decreto imperial que proibia as imagens. Ele refutou e foi obrigado a demitir-se de seu ofício patriarcal, sendo sucedido pelo submisso Anastásio.

Germano se retirou refugiando junto de sua família onde morreu alguns anos depois, já com avançada idade.

O Concílio Ecumênico de Nicéia (787) concedeu uma grande glorificação a Germano que é venerado como santo tanto na Igreja grega como na latina.

Sua festa se celebra no dia 12 de maio.

Vários escritos de São Germano foram preservados: (Migne, P.G., XCVIII, 39-454), viz., “Narratio de sanctis synodis”, um diálogo “De vitae termino”, uma carta as Armênios, e três cartas sobre a reverência às imagens, Assim como nove discursos num extravagante estilo retórico dos mais antigos Bizantinos. De duvidosa autenticidade é a “Historia eclesiástica et mystica”, também atribuída a Germano (Migne, loc. cit.,383-454).

Fonte:

Ecclesia

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