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Estandarte da Guarda Suíça |
A Guarda Suíça do Vaticano foi formada em 1506, em atendimento a uma solicitação de proteção feita em 1503 pelo Papa Júlio II aos nobres suíços. Cerca de 150 nobres tidos como os melhores e mais corajosos chegaram a Roma vindos dos cantões de Zurique, Uri, Unterwalden e Lucerna. O seu comandante era o capitão Kaspar von Silenen.
A batalha mais expressiva foi em 6 de maio de 1527, quando as tropas invasoras imperiais de Carlos V de Habsburgo, em guerra com Francisco I, entram em Roma. O exército imperial era composto de cerca de 18000 mercenários. Em frente à Basílica de São Pedro e depois nas imediações do Altar-Mor, a Guarda Suíça lutou contra cerca de 1000 soldados alemães e espanhóis. Combateram ferozmente formando um círculo em volta do Papa Clemente VII visando protegê-lo e levá-lo em segurança ao Castelo de Santo Ângelo. Faleceram 108 guardas, mas em contrapartida 800 dos 1000 mercenários do assalto caíram mortos pelas alabardas dos suíços.
O Papa Pio V (1566-1572) enviou a Guarda Suíça para combater na Batalha de Lepanto, contra os turcos. Com Pio VI a guarda foi dissolvida já que este Papa foi enviado para o exílio por Napoleão. A guarda voltou a formar-se em 1801 e, em 1848, desempenhou um papel decisivo na defesa do Palácio Apostólico frente aos revolucionários nacionalistas italianos.
Quando a Alemanha Nazi ocupou Roma em setembro de 1943, a Guarda Suíça e as outras unidades que na época constituíam as formas armadas papais, como a Guarda Palatina, foram colocadas em estado de alerta. Houve um aumento no número de postos de vigia. Os guardas trocaram as alabardas e espadas por espingardas Mauser 98k, baionetas e cartucheiras com 60 substituições de munição, como medida de precaução. Embora as tropas alemãs patrulhassem o território italiano até à Praça de São Pedro, não houve qualquer tentativa de invasão pela fronteira do Vaticano nem qualquer confronto entre a Guarda Suíça e tropas alemãs. Nessa altura a Guarda tinha apenas 60 homens, pelo que poderia apenas ter feito uma resistência simbólica a qualquer ataque. No próprio dia em que os alemães ocuparam Roma o Papa Pio XII deu ordens que proibiam a Guarda Suíça de derramar sangue em sua defesa.
Em 4 de maio de 1998 o coronel da Guarda Suíça Alois Estermann, a sua mulher Gladys Meza Romero e o vice-cabo Cédric Tornay foram encontrados mortos no apartamento de Estermann. A versão oficial do Vaticano atribuiu a responsabilidade do delito ao vice-cabo Tornay.
O uniforme que hoje a Guarda usa foi desenhado por Jules Répond3 (comandante no período 1910-1921) a partir do modelo que se atribui a Michelangelo por volta de 1505, pelo que é considerado um dos uniformes militares mais antigos do mundo, e muito mais vistoso, alegre e colorido que o do século XIX: o capacete é decorado com uma pluma vermelha, as luvas são brancas e a couraça tem reminiscências medievais. A cor vermelha foi introduzida pelo Papa Leão X, em homenagem ao escudo dos Médici, e simboliza também o sangue derramado em defesa do Papa.
A Guarda Suíça não utiliza botas, sendo calçadas meias aderentes às pernas e presas à altura dos joelhos por uma liga dourada, sendo eventualmente cobertas por polainas. Em geral, o uniforme recorda o esplendor das cortes do Antigo Regime, e o orgulho de ser soldado, combater e servir o Papa.
Comandantes da Guarda Suíça
Kaspar von Silenen, de Uri (1506-1517)
Markus Röist, de Zurique (1518-1524)
Kaspar Röist, de Zurique (1524-1527)
Jost von Meggen, de Lucerna (1548-1559)
Kaspar Leo von Silenen, de Lucerna (1559-1564)
Jost Segesser von Brunegg, de Lucerna (1566-1592)
Stephan Alexander Segesser von Brunegg, de Lucerna (1592-1629)
Nikolaus Fleckenstein, de Lucerna (1629-1640)
Jost Fleckenstein, de Lucerna (1640-1652)
Johann Rudolf Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1652-1657)
Ludwig Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1658-1686)
Franz Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1686-1696)
Johann Kaspar Mayr von Baldegg, de Lucerna (1696-1704)
Johann Konrad Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1712-1727)
Franz Ludwig Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1727-1754)
Jost Ignaz Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1754-1782)
Franz Alois Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1783-1798)
Karl Leodegar Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1800-1834)
Martin Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1835-1847)
Franz Xaver Leopold Meyer von Schauensee, de Lucerna (1847-1860)
Alfred von Sonnenberg, de Lucerna (1860-1878)
Louis-Martin de Courten, de Valais (1878-1901)
Leopold Meyer von Schauensee, de Lucerna (1901-1910)
Jules Répond, de Friburgo (1910-1921)
Alois Hirschbühl, Graubünden (1921-1935)
Georg von Sury d'Aspremont, de Soleura (1935-1942)
Heinrich Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1942-1957)
Robert Nünlist, de Lucerna (1957-1972)
Franz Pfyffer von Altishofen, de Lucerna (1972-1982)
Roland Buchs, de Friburgo (1982-1998)
Alois Estermann, de Lucerna (1998)
Pius Segmüller, de São Galo (1998-2002)
Elmar Theodor Mäder, de São Galo (2002-2008)
Daniel Rudolf Anrig, de São Galo (2008-)
Fonte:
Wikipédia
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