08/07/2013

Papa João XXIII, Angelo Giuseppe Roncalli

Papa católico romano (1958-1963) nascido em Sotto il Monte, na Lombardia, Itália, conhecido como o papa da bondade, cujo pontificado destacou-se pelo trabalho em prol da paz internacional e da adequação da igreja aos novos tempos. Entrou para o seminário de Bergamo (1892), estudou teologia em Roma, ordenou-se, foi secretário do bispo de Bergamo (1905-1914)  e professor no seminário diocesano. Tornou-se capelão do Exército italiano na primeira guerra mundial e, com o fim do conflito, voltou a ensinar. Foi nomeado pelo papa Bento XV (1920) diretor do Conselho Italiano da Obra da Propagação da Fé, à frente do qual mostrou toda a sua capacidade de organização. Sagrou-se bispo (1925), representou o papa como visitador apostólico na Bulgária, depois como legado apostólico na Grécia e Turquia e núncio em Paris (1944). Nomeado cardeal (1953), tornou-se patriarca de Veneza. Adepto do movimento ecumênico, entrou em contato com as igrejas ortodoxas, mostrando grande compreensão e tato diplomático. Com a morte do papa Pio XII, foi eleito seu substituto (1958), aos 77 anos, com o nome de João XXIII. Convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II (1959), que deu início a uma nova era nos rumos da igreja católica a partir da sua primeira reunião em outubro (1962).  Graças a resoluções desse concílio, os padres passaram a voltar-se para o povo durante a celebração da missa que passou a ser rezada não mais em latim, mas na língua predominante em cada país. Promoveu a modernização da igreja, determinando sua independência em relação aos poderes estabelecidos, e divulgou a idéia segundo a qual a igreja devia intervir construtivamente em assuntos políticos, econômicos e, sobretudo, sociais. Os instrumentos dessa modernização foram as encíclicas Mater et magistra (1961) sobre a evolução social à luz da doutrina cristã, e Pacem in terris (1963), sobre a paz entre as nações, que tiveram imensa repercussão, dentro e fora da igreja. Após apenas quatro anos de pontificado, em que despertou a admiração mundial e se transformou numa das maiores personalidades do século XX, o papa de número 262 da cronologia católica morreu em Roma. Recebeu a beatificação por João Paulo II em 2 de setembro (2000). A causa de sua beatificação durou 34 anos e o milagre que a Igreja atribuiu-lhe foi a cura de uma freira, Sor Caterina Capitani, afetada por uma doença incurável e que presenciou a cerimônia. Segundo a direção da polícia de Roma, cerca de 100 mil pessoas reuniram-se na Praça de São Pedro para celebrar o ato ao incentivador do Concílio Vaticano II, cujo objetivo era inserir a Igreja no mundo moderno.


Brasão e lema


O brasão pontifício de João XXIII é um escudo eclesiástico, em campo de goles e com uma faixa de argente com uma torre do mesmo, brocante sobre tudo ladeada de duas flores-de-lis de argente. Em chefe as armas patriarcais de São Marcos de Veneza, que é de argente com um leão alado e nimbado, passante ao natural, sustentando um livro aberto que traz a legenda: PAX TIBI MARCE EVANGELISTA MEVS, em letras de sable. O escudo está assente em tarja branca. O conjunto pousado sobre duas chaves decussadas, a primeira de jalde e a segunda de argente, atadas por um cordão de goles, com seus pingentes. O seu timbre é uma tiara papal de argente com três coroas de jalde.
O lema papal de João XXIII é OBŒDIENTIA ET PAX (em português: Obediência e Paz). Este lema é o seu testemunho santo de que só se tem paz quando se obedece a Jesus
Cristo.

Morte e beatificação

Conhecido como o "Papa Bom", João XXIII faleceu de câncer no estômago, após longa luta contra tal enfermidade, no dia 3 de junho de 1963, não chegando por isso a encerrar o Concílio Vaticano II. Ele foi sucedido pelo Cardeal Giovanni Montini, que escolheu o nome papal de Paulo VI e que implementou as medidas e reformas do Concílio Vaticano II.37 Na altura da sua morte, a revista "Times" constatou e comentou que poucos pontífices conseguiram entusiasmar assim tanto o mundo como João XXIII. Já durante o Concílio Vaticano II, o Cardeal Leo Joseph Suenens e vários prelados defenderam a canonização de João XXIII por aclamação conciliar, como se fazia antigamente na Igreja primitiva. Mas, esta proposta foi prontamente rejeitada por prelados mais conservadores e pela Congregação para as Causas dos Santos.16 Por isso, o seu processo de canonização foi só iniciado em 1965, em simultâneo com o processo do Papa Pio XII, ambos com a autorização de Paulo VI. O "Diário da Alma" de Roncalli contribuiu muito para a longa investigação orientada pela Congregação, porque neste livro está registado o seu desenvolvimento espiritual e o seu caminho de santificação.


O Diário descreve vários métodos que João XXIII usou para vencer o pecado: como por exemplo, ele evitava ficar sozinho com mulheres bonitas. No seu Diário, ele também revelou a sua humildade e a sua simples mas profunda piedade, mantida desde criança e radicada na crescente confiança e obediência a Deus. No fundo, todos os seus escritos espirituais exprimem o seu grande amor a Cristo, à humanidade, à Igreja e ao Reino de Deus.11 16

Em Janeiro de 2000, o Vaticano reconheceu oficialmente a veracidade da cura milagrosa da freira italiana Caterina Capitani de um tumor no estômago, por intercessão de João XXIII, em 1966.56 57 Com esse reconhecimento, ele foi declarado Beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de Setembro de 2000, em cerimônia solene na Praça de São Pedro, juntamente com o Papa Pio IX.

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