24/10/2013

Cristianismo Medieval



I. O cristianismo latino na Alta Idade Média
1.Problemas e métodos de cristianização:
O quadro político do Ocidente nos séculos V a IX. Os ‘Bárbaros’: entre arianismo e catolicismo; as rápidas
conversões e os seus efeitos. Importância da conversão dos Francos para o Ocidente.
Debates teológico-políticos no final do mundo antigo e começos da Idade Média. Cristianização dos
‘Bárbaros’ e barbarização do cristianismo. O cristianismo bárbaro inaugura a Idade Média.
Na Península Ibérica: peculiaridades do cristianismo desde os primeiros séculos. A conversão dos Suevos e o
papel de S. Martinho de Dume. A cristandade visigótica e Isidoro de Sevilha. O advento dos Muçulmanos, a
diáspora cristã e os ‘resistentes’[moçárabes].
Estruturas e instituições num período de mudança
Igrejas nacionais e igrejas privadas. O Ocidente fragmentado e isolado. A conversão dos Lombardos. Bento
de Núrsia e a Regra Beneditina. O monaquismo no Ocidente.
O papado desde Gregório Magno [590-604] até meados do século VIII: um esforço de direcção unitária.
Episcopalismo versus monaquismo no governo das igrejas cristãs? As relações entre Roma e Bizâncio.
O cristianismo no mundo carolíngio
Situação da Igreja franca  nos séculos VII e VIII. Comparação com o cristianismo das Ilhas Britânicas. A
acção reformadora do monge beneditino inglês Winfrid [Bonifácio]. Os Francos voltam-se para o Papa.
Cristianização da Germânia e da Escandinávia.
Carlos Magno e a Igreja: a ideia de «Cristandade ocidental». Características do cristianismo carolíngio;
reformas religiosas e renascimento cultural. O monaquismo. Debates teológicos: adopcionismo e
iconoclastia. O culto e a liturgia. Da ‘doação de Constantino’ à Igreja nas mãos dos leigos. Feudalização das
estruturas religiosas e desejos de ‘libertas’.
4. O cristianismo desde o século X à «Reforma gregoriana» [1049-1122]
Vitalidade e expansão do cristianismo no século X; o mundo monástico nos séculos X e XI: eremitismo e
cenobitismo na Itália. Esboço de movimentos reformistas: Cluny, Brogne e Gorze.
A Cristandade do ano mil. As grandes transformações da sociedade cristã desde o princípio do século XI.
Institucionalização do movimento reformador em meados do século; Gregório VII e a «reforma gregoriana»
[1073-1085]; o centralismo romano e os seus opositores. Um outro impulso expansionista? As Cruzadas. O
novo  equilíbrio dos poderes temporais e espirituais.
II. O cristianismo oriental: entre ortodoxia e heterodoxia
1. Ortodoxia e heterodoxia no tempo de Justiniano:
Premissas histórico-doutrinais de um conflito. Restauração política e unidade dogmática na acção de
Justiniano. Fracasso da política religiosa imperial e o despontar de igrejas nacionais.
2. A secessão do Oriente heterodoxo:
O avanço persa no Oriente bizantino e as suas repercussões religiosas. O culto da Virgem Maria e dos
santos: a espontânea devoção dos fiéis e a recuperação de antigas crenças. Em busca de novos
compromissos doutrinais: o monotelismo. Novas tensões com a cristandade ocidental: aspectos políticos e
questões doutrinais. Consolidação das instituições públicas e das estruturas eclesiásticas como reacção às
conquistas muçulmanas. A fragmentação das cristandade oriental: Nestorianos, Monofisitas, Melquitas e
Maronitas. A Arménia e a Geórgia.
3. A luta pelas imagens e o triunfo da ortodoxia:
As origens da iconoclastia: uma questão em aberto. O papel do sagrado na sociedade bizantina e a função
das imagens. O estatuto do ícone: sugestões cristológicas e complicações intelectuais. A afirmação monástica no concílio de Niceia de 787. Nova fase iconoclasta e nascimento de uma estética cristã. O
triunfo da ortodoxia.
4. O fervor missionário do cristianismo oriental:
Fócio: um patriarcado entre moderados e rigoristas. Evangelização dos Eslavos: entre ardor missionário e
acção política. A conclusão da obra evangelizadora: a cristianização da Rússia.
5. A ortodoxia entre espiritualidade e tentações seculares:
Uma igreja rica e poderosa mas de piedade modesta. Insatisfação religiosa e movimentos heterodoxos. O
cisma entre Roma e Constantinopla. O renascimento do espiritualismo monástico: o hesicasmo.
III. O cristianismo latino entre os séculos XII e XV
1. Cristianismo e Cristandade na época da «teocracia papal [1122-1309]
A construção da monarquia papal. O modelo institucional romano: sua divulgação e imposição ao Ocidente.
A perda das peculiaridades regionais e a diminuição dos poderes locais. Inocêncio III e o concílio IV de
Latrão [1215]. A Cristandade ocidental.
2. O poder social do clero e a sua contestação:
A afirmação das estruturas eclesiásticas no princípio do século XIII. A contestação do modelo clerical de
cristianismo. A ascensão das mulheres religiosas.  Os leigos em busca de lugar e de estatuto. Heresias e
contestações. Formas de repressão e de superação. Francisco de Assis e Domingos de Gusmão. O
nascimento dos frades; as Ordens Mendicantes; o combate aos hereges. Reforço e alargamento da cultura
das elites: organização dos estudos superiores e nova presença pastoral. Da Peregrinação à Cruzada; da
Cruzada à Missão. Enquadramento eclesiástico e conformismo religioso. A atracção do Oriente mais
distante. Rituais litúrgicos, formas de piedade e devoção.
3. Crises do cristianismo no «Outono da Idade Média» [1309-1453]:
As vicissitudes do papado na Igreja de França [1309-1378]. Avinhão; o «Grande Cisma do Ocidente»
[1378-1418].
Marginais e minorias religiosas nos finais da Idade Média. Intolerância e repressão. Outros sintomas de mal
estar e de descrédito institucional. A busca individual da religião e do culto. A Imitação de Cristo e a
«devotio moderna». Clima de contestação e desejos de reformas. O Cristianismo oriental: da segregação ao
desaparecimento de Constantinopla [1453]: Bizantinos e Eslavos.


Bibliografia seleccionada:
Obras gerais:
Fliche, A. e Martin, V., (dir), Histoire de l’Église depuis les origines jusqu’à nos jours, Paris, Bloud et Gay,
1938 s. (vols. 4-14, especialmente)
Jedin, H. (dir.), Manual de Historia de la Iglesia, Barcelona, 1966-1969 (vols. 2 - 4)
Mayeur, J.-M., Pietri, Ch. e L., Vauchez, A., Venard, M. (dir.), Histoire du Christianisme, Paris, Desclée,
1990 (vols. 3-6) [a melhor obra e a mais actualizada]
Chelini, J., Histoire religieuse de l’Occident médiéval, Paris, Hachette, 1991
Le Goff, J. Brémond, R. (dir.), Histoire de la France Religieuse, Paris, 1987, vol. II.

Fonte:

Universidade de Lisboa
Professor Armando Martins

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O INCENSO NA MISSA

POR QUE SE USA O INCENSO NA MISSA? A maioria de nós vê o incenso nas missas solenes, mas não sabe o seu significado. O “queimar” incenso ou ...