13/11/2015

ÊXODO: HISTÓRIA OU CONTO DE FADAS? EXODUS: HISTORY OR FAIRY TALE?

Por Manu Marcus Hubner,  Doutorando do programa de Língua Hebraica, Literatura e Cultura Judaicas da FFLCH-USP. marcush@usp.br.

RESUMO

Apesar de não existirem provas indiscutíveis de que toda a narrativa bíblica do
Êxodo seja verídica, podemos, através da arqueologia, analisar alguns fatos
relevantes que eventualmente podem nos levar a acreditar na viabilidade da
história da saída do Egito e das jornadas pelo deserto. A narrativa Bíblica nos
proporcionaria um retrato real das condições locais, ou seria um texto escrito
séculos após os acontecimentos descritos, por autores que desconheciam, de
fato, as características daquela região, cenário de tantos milagres e eventos
fantásticos? Os documentos que sobreviveram até os dias de hoje poderiam
atestar a veracidade do contexto histórico da Bíblia Hebraica? Aparentemente,
os locais citados pela Bíblia Hebraica, ou pelo menos grande parte destes,
realmente existiram, e possuíram os nomes registrados pela Bíblia Hebraica.
Documentos arqueológicos de épocas posteriores ao Êxodo com freqüência
confirmam nomes de personagens e de locais registrados na Bíblia Hebraica.
Porém, a época do Êxodo é particularmente complexa, já que ainda não foi
encontrado documento extra-Bíblico algum que comprove a existência dos
personagens ou eventos narrados pela Bíblia Hebraica.

A Bíblia Hebraica relata que os Filhos de Israel permaneceram durante
séculos no Egito (Ex 12:41) e, após este período, empreenderam uma jornada
de quarenta anos através do deserto em direção à terra de Canaã (Nm 14:33). A
saída do Egito foi precedida por eventos milagrosos, como as dez pragas (Ex
7:19-12:29). Após as pragas e a saída do Egito, houve mais momentos
milagrosos, como a abertura do mar para a passagem dos israelitas e a
destruição do exército egípcio (Ex 14:21-28), o recebimento das Tábuas da Lei
no Monte Sinai (Ex 19:6-20:23), episódios do maná, dos codornizes (Ex 16:13- 36), e da água tirada da pedra (Ex 17:56; Nm 33:28-29), as vitórias milagrosas
em batalhas (amalequitas: Ex 17:8-16, Seon: Nm 21:21-35 e Og: Nm 21:31-33),
dentre outros.


Fonte:

Revista Vértices No. 10 (2011) Centro de Estudos Judaicos da FFLCH-USP

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O INCENSO NA MISSA

POR QUE SE USA O INCENSO NA MISSA? A maioria de nós vê o incenso nas missas solenes, mas não sabe o seu significado. O “queimar” incenso ou ...