A existência e memória de Santa Engrácia é repartida entre Portugal e Espanha. Algumas fontes com raízes na tradição popular e no maravilhoso cristão dizem que Engrácia nasceu em Braga, no século XI, mas que a sua vida e martírio decorreram em Castela.
Conta a tradição que, prometida pelos pais a um príncipe mouro, Engrácia recusa o noivado, por ter feito voto de virgindade por Cristo, e foge para Castela. O perseguidor vai ao seu encontro, e como ela persiste em conservar a virgindade corta-lhe a cabeça, que ostenta como um troféu. Nesta versão o martírio da Santa ocorre pelo ano de 1050.
Porém a lenda hagiográfica da santa de Braga e de Saragoça é clarificada pelo testemunho escrito de Prudêncio. Aqui Engrácia era filha de um nobre hispano-romano e provinha de Brácara. Chegou a Saragoça com o seu cortejo nupcial para li se encontrar com o seu noivo. Porém, quando ali chegou, apercebeu-se da perseguição que sofriam os seus irmãos seguidores de Cristo. Ali percebeu o sonho que tinha tido: ela era a noiva mas destinada ao casamento com Cristo.
Engrácia, acompanhada por dezoito cavaleiros do seu séquito, apresentou-se diante de Daciano e reprovou-lhe a impiedade. Depois de decapitados os dezoito cavaleiros também Engárcia foi degolada. O corpo da Santa foi sepultado pelo bispo Prudêncio e este juntou-lhe as cinzas dos dezoito defensores. Ainda hoje Saragoça continua a ajoelhar-se na cripta da paróquia de Santa Engrácia, junto do túmulo onde repousam as relíquias da virgem-mártir e dos dezoito companheiro.
Segundo este testemunho a morte de Engrácia teria ocorrido no século VI, sob a perseguição de Diocleciano.
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