Um primeiro sínodo, em Alexandria, expulsou Ário da comunhão eclesiástica, mas dois outros concílios, fora do Egito, condenaram aquela decisão, reabilitando-o. Árius procurou o apoio de companheiros que, como ele, haviam sido discípulos de Luciano de Antióquia, em especial Eusébio, bispo de Nicomédia (atual İzmit). A luta que se seguiu chegou a ameaçar a unidade da Igreja e, ante o perigo de fragmentar também o império, levou o imperador Constantino a enviar Ósio, bispo de Córdoba, seu conselheiro particular, como mediador. O insucesso da missão levou-o a convocar, em 325, um concílio universal em Niceia (atual İznik).No Primeiro Concílio de Niceia (325) a maioria dos prelados, corroborada pelo próprio Constantino graças à influência de Santo Atanásio (criador do termo "homoousios", siginificando "de substância idêntica" – para descrever a relação de Cristo com o Pai), condenou as propostas arianas, e declarou-as heréticas, obrigando à queima dos livros que as continham e promulgando a pena de morte para quem os conservasse. Definiu ainda o chamado "Símbolo de Niceia".
As inúmeras dúvidas suscitadas pelo Sínodo de Niceia reacenderam as lutas, com os prelados acusando-se mutuamente de hereges. Várias fórmulas dogmáticas foram ensaiadas para complementar a de Niceia, acentuando ainda mais as divisões, num conflito que expôs cada vez mais as diferenças entre o Ocidente latino e o Oriente grego, envolvendo disputas de primazia hierárquica e de política. Desse modo, num novo sínodo geral, celebrado na fronteira dos dois impérios, os ocidentais se congregaram em torno do símbolo de Niceia e excomungaram os herejes. Os orientais, a seu apoiaram as ideias de Ário e excomungaram não apenas os bispos apoiantes de Niceia como também o próprio bispo de Roma.
Ário retornou a Constantinopla em 334, a chamado de Constantino e, segundo a lenda, faleceu em 336 quando a caminho de receber a comunhão novamente.
As ideias de Ário foram adotadas por Constâncio II (337-361) sem que, entretanto, se impusessem à Igreja. Difundiram-se entre os povos bárbaros do Norte da Europa, quando da evangelização dos Godos, pela ação de Ulfila, missionário enviado pelo imperador romano do Oriente. Os Ostrogodos e Visigodos chegaram à Europa ocidental já cristianizados, mas arianos.
Uma carta de Auxentius, um bispo de Milão do século IV, referindo-se ao missionário Ulfila, apresentou uma descrição clara da teologia ariana sobre a Divindade: Deus, o Pai, nascido antes do tempo e Criador do mundo era separado de um Deus menor, o Logos, Filho único de Deus (Cristo) criado pelo Pai. Este, trabalhando com o Filho, criou o Espírito Santo, que era subordinado ao Filho e, tal como o Filho, era subordinado do Pai. Segundo outros autores, para Ário o Espírito Santo seria uma criatura do Logos (Filho).
A questão só seria debelada quando, em fins do reinado de Teodósio, ao tornar-se religião oficial do império, o cristianismo ortodoxo-romano afirmou-se em definitivo.
Após o século V, graças às perseguições, o movimento desapareceu gradualmente.
Séculos mais tarde, o nome "Arianos" foi usado na Polónia para referir uma seita Cristã Unitária, a irmandade polaca (Frater Polonorum). Eles inventaram teorias sociais radicais e foram precursores do Iluminismo.
Fonte: Wikipédia
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